É muito comum todos nós vivenciarmos diferentes estados de humor. Às vezes, eles influenciam a maneira como enxergamos a nós mesmos e também podem impactar de uma forma positiva ou negativa nossas relações interpessoais.
No entanto, quando existe um padrão contínuo de mudanças de humor e de comportamento, precisamos ter atenção, já que essa é uma característica do transtorno de borderline, uma condição que precisa de tratamento por afetar de forma significativa a qualidade de vida e a forma de lidar com tudo à sua volta.

O transtorno de borderline, ou transtorno de personalidade limítrofe, é uma condição de saúde mental que provoca instabilidade emocional, afetando o modo como uma pessoa pensa e se sente sobre ela mesma.
Esse transtorno desencadeia, por exemplo, problemas de autoimagem e também uma grande dificuldade para controlar as próprias emoções. Ocorre uma variação contínua de humor e de comportamento, o que pode levar a ações impulsivas, e todas essas mudanças e instabilidade acabam provocando problemas e dificuldades para manter relacionamentos.
Uma pessoa que apresenta o transtorno de borderline pode experimentar episódios de ansiedade, depressão, raiva intensa entre outras emoções muito fortes, em crises que podem durar apenas algumas horas ou mesmo dias.
Como acontece com outros transtornos, distúrbios e condições de saúde mental, o transtorno de borderline não tem uma causa muito bem estabelecida. Entretanto, ele parece estar relacionado a uma infância muito turbulenta.
Quando a criança sofre negligência, trauma emocional, abuso sexual, bullying físico ou outras situações similares, existe o risco de desenvolver o transtorno de borderline. Isso porque uma infância muito violenta ou traumática faz com que o indivíduo desenvolva um comportamento de defesa excessiva.
Ao mesmo tempo, existe um medo contínuo de abandono. Por isso, muitas vezes as reações exageradas são uma tentativa de manter os demais por perto, mas esse comportamento é o que pode acabar afastando as pessoas.
O transtorno de borderline também pode estar relacionado ao histórico familiar. Sendo assim, é possivelmente uma condição genética, ou que pode estar relacionada a uma diferença no funcionamento do cérebro.
A variação contínua do estado de humor, do comportamento e dos padrões estabelecidos para a autoimagem são os sintomas característicos do transtorno de borderline. Como dito, existe uma grande dificuldade para controlar as emoções e o comportamento, assim, a tendência é manter um padrão de relacionamentos instáveis, que acompanham essa mesma instabilidade da personalidade.
Existe muito medo de ser isolado ou abandonado, então, o transtorno de borderline causa dificuldade para ficar sozinho. Outros sintomas incluem:
Vale ressaltar que o transtorno de borderline é uma condição diagnosticada durante a vida adulta. Geralmente, se manifesta no início dela, mas pode apresentar melhora gradual com o avanço da idade.
A psicoterapia é uma parte indispensável no tratamento para o transtorno de borderline. Ela é muito importante porque auxilia na ressignificação das situações vivenciadas no passado. Além disso, ajuda a controlar as próprias emoções e impulsos e entender o significado de determinados comportamentos.
O intuito é conseguir abraçar o seu próprio eu e lidar com a situação reduzindo o sofrimento em função do transtorno e os prejuízos que tudo isso provoca nas relações e na produtividade.
Existem casos em que também há necessidade de fazer o acompanhamento psiquiátrico com a administração de alguns medicamentos. Inclusive, também para tratar de forma integral os sintomas e outras condições de saúde mental que possam estar associadas ao transtorno de borderline, como no caso da depressão e do uso de substâncias nocivas.
É fundamental entender a diferença entre as fases normais pelas quais o ser humano passa e as flutuações intensas causadas pelo transtorno de borderline. Assim é possível buscar ajuda de um especialista para fazer o tratamento correto, recuperar o bem-estar e a qualidade de vida.
